Depois da pandemia, país voltou ao patamar de 1998; indicador reflete falta de serviços básicos.
SÃO PAULO—No Brasil, 90% das mortes maternas poderiam ter sido evitadas. Elas são causadas por problemas como hipertensão, hemorragias e infecções e apontam para a falta de atenção primária e para a dificuldade de acesso a serviços básicos de saúde no Brasil.
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Uma série de reportagens da Folha mostra que a pandemia fez o país retroceder 25 anos no indicador. Em 2021, 110 mulheres morreram entre a gestação e o pós-parto a cada 100 mil bebês nascidos vivos, mesmo patamar de 1998. Segundo o Ministério da Saúde, o número é quase o dobro do registrado em 2019 – antes da crise sanitária.
O arrefecimento da pandemia impactou positivamente os índices de mortes de gestantes e puérperas, mas as fragilidades na assistência obstétrica, que antecediam o coronavírus, continuam. E o Brasil segue distante da meta estabelecida em um acordo internacional, de 30 mortes a cada 100 mil nascidos vivos. Um relatório do próprio Ministério da Saúde aponta que há 95% de chance de o país não cumprir o objetivo.
O Café da Manhã desta quinta-feira (16) explica como o Brasil viu a taxa de mortes maternas crescer e analisa os gargalos nessa área do sistema de saúde. A repórter Claudia Colucci, que coordenou a série de reportagens sobre o tema, feita em parceria com o Pulitzer Center, conta como governo e sociedade civil se organizam para combater o problema.
O programa de áudio é publicado no Spotify, serviço de streaming parceiro da Folha na iniciativa e que é especializado em música, podcast e vídeo. É possível ouvir o episódio clicando acima. Para acessar no aplicativo, basta se cadastrar gratuitamente.
O Café da Manhã é publicado de segunda a sexta-feira, sempre no começo do dia. O episódio é apresentado pelos jornalistas Gabriela Mayer e Gustavo Simon, com produção de Laila Mouallem e Carolina Moraes e edição de som de Raphael Concli.