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Projeto Setembro 12, 2022

Bancada Do Agro Avança Sobre As Terras Indígenas da Amazônia Mato-Grossense

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Com uma grande bancada política ligada ao agronegócio industrial, o estado de Mato Grosso tem sido o laboratório de um modelo agrário que avança principalmente sobre reservas legais e terras indígenas, até então protegidas pela União.

O projeto de lei 337/22 proposto pelo deputado federal de Sinop, Juarez Costa (MDB-MT) propõe excluir o Mato Grosso da Amazônia Legal, passando a área de reserva de 80% para apenas 20%. Concomitante, há um afrouxamento da legislação ambiental pelo legislativo estadual, com isso o Governo tem estimulado a criação de associações indígenas mistas, com o objetivo de implantar lavouras mecanizadas em territórios indígenas, com a anuência de órgãos federais de fiscalização, amparadas pelas leis.

Essa é a realidade que vivem os indígenas da etnia Xavante, que iniciaram a lavoura mecanizada em suas terras situadas no bioma cerrado, e agora avançam sobre a faixa de transição, até alcançar o bioma amazônico. Lideranças Xavantes tem denunciado a ofensiva sobre seus territórios.

O próximo passo, segundo elas, é a ocupação da Terra Indígena Parabubure, no município de Campinápolis, dentro da Amazônia Legal. Desde a zona de transição até a floresta, milhares de hectares se tornarão lavouras de soja. Informações preliminares indicam que os Xavantes têm sido manipulados para aceitarem essas condições, e isso tem travado disputas e conflitos dentro das aldeias, entre os próprios indígenas.

Esta reportagem propõe ir até Campinápolis para narrar a situação a partir da perspectiva indígena, trazendo relatos e farto conteúdo visual que possa auxiliar na compreensão deste fenômeno contemporâneo.

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